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Laura Lima

O Papel da Mídia na Normalização das Cirurgias Plásticas



A adolescência é um período cheio de mudanças e desafios, e muitos jovens buscam a aceitação dos outros. Assim, muitos se veem influenciados por padrões de beleza criados pelas redes sociais e pela mídia, que são difíceis ou até inatingíveis. Isso leva muitos a considerar cirurgias plásticas como uma solução. O Brasil, sendo um dos líderes globais em cirurgias plásticas, reflete essa pressão, que pode ter vários impactos para a saúde física e emocional, incluindo a baixa autoestima entre os jovens e adolescentes. 


Muitas pessoas sofrem com a aparência e baixa autoestima, o que pode fazer com que criem uma imagem negativa de si mesmas e afetar diversas áreas da vida, como trabalho, relacionamentos e escola, especialmente entre crianças e adolescentes. O cirurgião plástico Fábio Nahas, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), explica que "muitas pessoas que enfrentam deformidades ou condições que afetam sua aparência podem sofrer de baixa autoestima e autoimagem negativa, e isso pode afetar diversas áreas da vida, como a profissional, a pessoal, a afetiva e, até mesmo, na vida escolar, no caso de crianças e adolescentes" (CNN Brasil, 2024). Isso é importante porque demonstra como a insatisfação com a aparência impacta negativamente vários pontos da vida, reforçando a conexão com os riscos da busca por padrões de beleza, especialmente entre os jovens.


A mídia é um fator que influencia diretamente os jovens a buscarem cirurgias plásticas, gerando padrões de beleza inalcançáveis e instaurando uma "ditadura da beleza". Conforme explicado no site Metrópoles, para Farina Júnior, que é da seção de Cirurgia Plástica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP) da USP, “outro fator que influencia a procura por cirurgias plásticas é a mídia e as redes sociais. 'Existe hoje o que se chama de ditadura da beleza. Isso gera nos jovens o desejo de ter um corpo mais bonito, um corpo perfeito e é aí que surge a ideia de se recorrer à cirurgia plástica'. O médico aponta que esse público está mais vulnerável a pressões externas e em processo de construção da autoestima."(Metrópoles, 2024). Desta forma, fica claro que, com o acesso às mídias, os jovens estão cada vez mais em busca de procedimentos estéticos para alcançarem corpos considerados perfeitos, tornando-os mais expostos às pressões externas, especialmente enquanto constroem sua autoestima.


O aumento de adolescentes realizando cirurgias plásticas antes de seus corpos estarem totalmente desenvolvidos evidencia como a pressão dos padrões de beleza pode levá-los  a fazer escolhas que comprometem sua saúde. O site Metrópoles aponta que "(...) atualmente, pacientes adolescentes procuram os consultórios para as cirurgias e, em muitos casos, sem a formação completa do corpo. 'Hoje, há pacientes operando com 15, 16 anos, o que não é recomendado. Na nossa clínica, não operamos pacientes menores de 18 anos. Cirurgias plásticas não são para qualquer pessoa. São procedimentos invasivos, e isso requer uma avaliação profunda de cada caso, inclusive para alinhar a expectativa à realidade', ressalta."(Metrópoles, 2024). Esse trecho destaca que muitos adolescentes, entre 15 e 18 anos, estão buscando cirurgias plásticas, mesmo que seus corpos ainda não estejam completamente formados, o que não é recomendado. Isso demonstra como a pressão dos padrões de beleza pode levar adolescentes a realizarem cirurgias plásticas precocemente, colocando sua saúde em risco.


Nos dias de hoje, a crescente normalização das cirurgias plásticas entre adolescentes, influenciada por pressões sociais e padrões de beleza inalcançáveis, destaca a importância de promover a autoaceitação. Os jovens ainda em fase de crescimento e autodescoberta, devem ser incentivados a desenvolver uma autoestima saudável, que não dependa de se encaixar nos ideais de beleza impostos pela mídia. Proteger os adolescentes dessa busca constante pela aprovação dos outros é essencial para garantir que eles possam se aceitar como são, respeitando suas diferenças e cuidando de sua saúde mental e física, além de cultivar uma relação mais positiva com seus corpos e suas identidades.




Bibliografia:


BRAGA, Laura. Mais jovens pacientes buscam beleza por meio das cirurgias plásticas. Metrópoles, 2023. Disponível em: https://www.metropoles.com/brasil/mais-jovens-pacientes-buscam-beleza-por-meio-das-cirurgias-plasticas.  Acesso em: 21 set. 2024.


CNN BRASIL. Cirurgias reparadoras e autoimagem: entenda relação com saúde mental. 2023. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/saude/cirurgias-reparadoras-e-autoimagem-entenda-relacao-com-saude-mental/ . Acesso em: 21 set. 2024.


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